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quinta-feira, 24 de março de 2011

Vamos comemorar....201 anos do nascimento de Alexandre Herculano!

Alexandre Herculano

Nome: Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo
Nascimento: 28-3-1810, Lisboa
Morte: 18-9-1877, Vale de Lobos, Santarém

Poeta, romancista, historiador e ensaísta português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu a 28 de março de 1810, em Lisboa, e morreu a 18 de setembro de 1877, em Santarém.
A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência, obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho mas também a sua vida.
Nascido numa família modesta, estudou Humanidades na Congregação do Oratório, onde se iniciou também na leitura meditada da Bíblia, o que viria a marcar a sua mundividência. Impedido por dificuldades económicas e familiares de frequentar a Universidade, preparou-se para ingressar no funcionalismo, frequentando um curso prático de Comércio e estudando Diplomática na Torre do Tombo, onde aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Por esta altura, com 18 anos, já se manifestava a sua vocação literária: aprendeu o francês e o alemão, fez leituras de românticos estrangeiros e iniciou-se nas tertúlias literárias da marquesa de Alorna, que viria a reconhecer como uma das suas mentoras.
Em 1831, envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra (Plymouth) e depois em França (Rennes).
No exílio, aperfeiçoou o estudo da história, familiarizando-se com as obras de historiadores como Thierry e Thiers, e leu os que viriam a ser os seus modelos literários: Chateaubriand, Lamennais, Klopstock e Walter Scott. 
Em 1832, participou no desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto, onde foi nomeado segundo-bibliotecário e encarregue de organizar os arquivos da biblioteca. Entre 1834 e 1835, publicou importantes artigos de teorização literária na revista Repositório Literário, do Porto, (posteriormente compilados nos Opúsculos). Em 1836, por discordâncias com o governo setembrista, demitiu-se do seu cargo de bibliotecário e publicou o folheto A Voz do Profeta. Em Lisboa, dirigiu a mais importante revista literária do Romantismo português, O Panorama, para que contribuiria com diversos artigos, narrativas e traduções, nem sempre assinadosEm 1839, aceitou o convite de D. Fernando para dirigir as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades, prosseguindo os seus trabalhos de investigação histórica, que viriam a concretizar-se nos quatro volumes da História de Portugal, publicados no decurso das duas décadas seguintes. 

(...)


Entre 1860 e 1865, envolveu-se em nova polémica com o clero, quando, ao participar na redação do primeiro Código Civil Português, defendeu o casamento civil. Em 1865, fruto das suas reflexões, saíram os Estudos sobre o Casamento Civil. Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em quem depositava muitas esperanças, e desiludido com a vida pública, retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos (comprada com o produto da venda das suas obras), onde se dedicaria quase exclusivamente à vida rural, casando com D. Maria Hermínia Meira, sua namorada da juventude. 

Apesar deste novo e voluntário exílio, continuou a trabalhar nos Portugaliae Monumenta Historica, interveio em 1871 contra o encerramento das Conferências do Casino, orientou em 1872 a publicação do primeiro volume dos Opúsculos e manteve correspondência com várias figuras da vida política e literária. 
Morreu de pneumonia aos 67 anos, originando manifestações nacionais de luto.





Bibliografia

1. Obras de Alexandre Herculano
1834 – “Qual é o Estado da Nossa Literatura?” (Repositório Literário, 1-2)
1835 – “Poesia. Imitação – Belo – Unidade” (Repositório Literário, 9-11)
1836 – A Voz do Profeta (1ª série)
1837 - A Voz do Profeta (2ª série)
            Crónica de El-Rei Sebastião
1838 – A Harpa do Crente
            O Fronteiro de África
1840 – Da Escola Politécnica e do Colégio dos Nobres
1842 – Cartas sobre a História de Portugal (Revista Universal Lisbonense)
            Uma Sentença sobre Bens e Reguengos
1843 – O Bobo (n’O Panorama)
1844 – O Pároco de Aldeia
            Eurico, o Presbítero
1845 – O Alcaide de Santarém
            O Galego (Vida, Ditos e Feitos de Lázaro Tomé)
1846 – História de Portugal (1º vol.)
1847 – História de Portugal (2º vol.)
1848 – O Monge de Cister
1849 – História de Portugal (3º vol.)
1850 – Eu e o Clero e Solemnia Verba
            Poesias
1851 – Lendas e Narrativas
            A Ciência Arábico-académica
1853 – História de Portugal (4º vol.)
1854 – História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1º vol.)
1855 - História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (2º vol.)
1857 – Do Estado dos Arquivos Eclesiásticos do Reino
            A Reacção Ultramontana em Portugal
1858 – Do Estado das Classes Servas da Península
Ao Partido Liberal Português, a Associação Promotora da Educação do Sexo Feminino
1860 – Análise da Sentença Nada no Juízo da 1ª Instância da Vila de Santarém
            As Heranças e os Institutos Pios
1866 – Estudos sobre o Casamento Civil
1873 – Opúsculos (tomos I e II)
1875 – Da Existência ou Não do Feudalismo em Portugal
1876 – Opúsculos (tomo III)
1878 – O Bobo (edição póstuma em volume).

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